domingo, 21 de outubro de 2007

Breve glossário da cultura graffiti



A

Ataque


O mesmo que missão.


Abafar
O mesmo que crossar.


B

Bombing
Bombing poderá ser considerado qualquer tipo de graffiti ilegal. No entanto, quando se fala de um bombing ou bomb, fala-se de um graffiti na rua (não em comboios ou metropolitanos) e que não se encaixa nas definições de tag ou trow-up. Poderá ser dividido em duas vertentes principais, colors ou silver.
Bomber
Writer que faz bombing.


Buff


O acto de remover um graffiti ou apaga-lo, passando uma camada de tinta uniforme.


Bite
O mesmo que plágio. Poderá ser o plágio de um tag enquanto pseudónimo, de um nome para uma crew, ou de qualquer elemento de um graffiti, seja a nível tipográfico, combinação de cores, efeitos, etc.


BlackBook/SketchBook/PieceBook
Livro onde o writer elabora os seus sketchs. O writer pode contar também, nesse livro, com sketchs de outros writers.


Backjump
Acto de graffitar o comboio, enquanto ele para por pouco tempo numa estação, ou lay-up, para retomar o serviço poucos minutos depois.


Bubblestyle
Estilo de graffiti, arredondado, que se assemelha a balões de pastilha elástica, muito utilizado para fazer trow-ups.


BackGround
Palavra para designar a pintura de fundo de um graffiti.


Babi
O mesmo que Polícia. Provém da palavra babylon, utilizada para designar as forças de autoridade.


C

Crew
Um grupo de Writers, que se une por um objectivo e forma o seu ‘’colectivo’’. As crews costumam ter nomes extensos, que são abreviados através de siglas, siglas normalmente entre 2 a 4 letras. Através dessas siglas, algumas vezes são criadas novas definições para o nome de crew. Um writer pode pertencer a várias crews. Muitas vezes os writers optam por pintar o nome das suas crews, seja abreviado ou por extenso, em detrimento do seu próprio tag. Se os writers dão reputação às suas crews, o contrário também acontece, daí que se torne importante também fazer crescer o nome da crew.


Cap
Difusor de tinta para as latas de spray, existem vários tipos de caps, consoante a espessura e a expressividade do traço pretendida. Um traço mais espesso vai permitir a pintura de uma superfície de forma mais rápida, enquanto que um traço menos espesso possibilita o trabalho de pormenores. É possível deixar entupir parcialmente alguns caps, de forma a conseguir expressividades e espessuras de traço diferentes, assim como cortar certas partes do cap com o mesmo objectivo. Cada marca de latas tem os seus caps, no entanto é possível utilizar alguns dos caps em diferentes marcas de latas. Skinny, Soft e Fat são alguns dos principais tipos de caps, subdividindo-se em mais categorias.


Colors
Um hall of fame que não tenha fundo poderá ser considerado um colors, assim como um bombing que em vez de ser trabalhado a silver, seja trabalhado a cores, também pode ser considerado um colors.


Cross
Passar por cima de um graffiti existente, fazendo outro graffiti. Quando um graffiti existente é danificado com riscos ou tags, a expressão também se aplica, e poderá dizer-se que ‘’foi crossado’’ ou ‘’levou cross’’.


Characters
Personagens que entram nos graffitis, inicialmente como forma de destacar os letterings, hoje em dia muitos writers dedicam-se à produção quase exclusiva de characters.



E

End 2 End
Conjunto de pannels que ocupam a carruagem ou o comboio de uma ponta a outra. Ou poderá ser um único graffiti, com a mesma altura de um pannel, mas que preencha todo o comprimento da carruagem.


F

Fill-in
Preenchimento de um graffiti, desde um preenchimento simples, utilizando apenas uma cor plana, até a um preenchimento recorrendo a várias cores e efeitos diversos.


Freestyle
Graffiti feito sem o auxilio de um projecto. Algo feito de improviso.


G

Graff
O mesmo que graffiti.



H

Hall-of-fame
Graffiti, na maior parte dos casos em paredes legais ou paredes pouco expostas, sem grandes riscos de problemas com as autoridades. Hall-of-fame é um graffiti mais pensado e mais trabalhado, dando importância não só ao lettering, mas também aos fundos e eventuais characters. Quando o hall-of-fame atinge uma proporção considerável, é muitas vezes também chamado de produção.


Highlight
Contorno no graffiti que fica por fora do outline, como se de uma aura de luz se tratasse.


HardCore
Denominação para dar ênfase à dificuldade de uma missão ou à determinação e coragem de um bomber. Como por exemplo: ‘’esse bomber é hardcore’’ o mesmo que dizer ‘’esse bomber cumpre missões difíceis. ‘’


I

In-line
Traços que ficam por dentro do outline, normalmente a branco, ajudando a dar uma noção de brilho.


K

King
Alguém num patamar elevado dentro do graffiti. Um writer também poderá ser catalogado como king em alguma área, king do hall-of-fame, king dos trains, ou king de uma determinada zona.


Kingsize
Graffiti de grandes dimensões, kingsize é um termo normalmente utilizado para bombing.


L

Lay-ups
Pequenos estacionamentos de uma ou duas linhas para comboios ou metropolitanos. Muitas linhas têm no seu final lay-ups, onde as composições param por alguns minutos, para depois retomarem o serviço na outra direcção.


M


Missão
Termo utilizado, para designar o acto de fazer graffiti de forma arriscada, potencialmente perigosa, termo normalmente associado à pintura de comboios, metros, ou bombing de rua em sítios difíceis.


Marker
Marker ou trincha, é um marcador que é carregado com tinta especial, e serve para fazer tags em diversas superfícies, existem marcadores de várias espessuras, facilmente se encontram no mercado, marcadores que chegam aos 6 cm de espessura.


N

New-school
Denominação utilizada para referir os writers mais recentes, ‘’writers da nova escola.’’ Esta palavra também é utilizada para denominar alguns estilos de graffiti mais recentes, em geral estilos mais minimalistas, desafiando as regras de equilíbrio, tipografia e aplicação de cor pré-estabelecidas, relegando também a técnica para um segundo plano. Como as tendências são cíclicas e os extremos tocam-se, o new-school acaba por ir buscar muitas influências à estética mais old-school.


O


Out-line
Linha que contorna o fill in de um graffiti, permitindo assim um maior contraste da pintura.


Old-school
Denominação utilizada para referir writers mais antigos, ‘’writers da velha escola.’’ Esta palavra também é utilizada para denominar alguns estilos de graffiti mais antigos, em geral certos tipos de wild-style, fundos, characters ou trow-ups.


P

Pannel
Graffiti em composições ferroviárias, que vai desde a parte de baixo da carruagem até pouco mais a cima do que o inicio dos vidros, dependendo também do modelo de carruagem.


Prodution
Hall of fame altamente elaborado, envolvendo vários writers, e talvez demorando vários dias de trabalho, ganhando a denominação de production ou produção.


Props
Vem da expressão ‘’proper respect’’. Em muitos graffitis é possível encontrar a expressão ‘’props to:’’ seguido de alguns nomes, seja de writers, crews, amigos, familiares, instituições, etc. E tem como objectivo dedicar esse graffiti, a quem é mencionado nos props. É uma forma de enaltecimento dos mencionados pelos props.


R

Rooftop
Sítio alto, na maioria das vezes de difícil acesso. Locais que acabam por ter uma forte exposição, dentro do tecido urbano e que criam alguma curiosidade da parte de quem vê o trabalho, pois nem sempre é obvia a forma que o writer utilizou para lá chegar, até porque por vezes tratam-se de formas de acesso temporárias, como por exemplo andaimes.


S

Silver

Cor de tinta muito utilizada, principalmente no bombing, devido ao baixo custo, fácil aderência às superfícies e pintura rápida. No bombing é habitual usar-se o termo ‘’silver’’ para falar de graffitis feitos com esta cor.


Spot

Local onde o writer pinta, em qualquer uma das vertentes.


Sketch
Projectos ou sketchs, são desenhos que podem vir a resultar em futuros graffitis, esses projectos podem ter diferentes níveis de elaboração, tanto ao nível das formas, como ao nível de aplicação de cores e efeitos. E são pensados conforme o seu fim, desde o mais simples bombing ao mais complexo hall of fame. Esses projectos/sketchs podem ser concretizados nas mais diversas técnicas. O mais utilizado será talvez o lápis ou lapiseira de grafite, esferográficas ou canetas finas, para definir as formas, e lápis de cor e/ou vários outros tipos de canetas de colorir para aplicar a cor. De salientar que neste momento, em algumas competições de graffiti, já existe a modalidade de sketch.


Stencil
Molde recortado em cartolina, radiografias, ou outros materiais de maneira a criar formas pré-defenidas, encostando esse molde a uma superfície, e passando spray por cima, ficamos com as formas subtraidas à cartolina, pintadas na parede. Ideal para fazer em superfícies pequenas, é rápido de executar, e permite também reproduzir o mesmo desenho em vários sítios.


Stickers
Autocolantes com informação gráfica. Esses autocolantes, são colados em qualquer lado, uma vez que também não implicam os riscos inerentes a fazer um tag. Feitos manualmente ou a computador, contêm algo no seu grafismo que identifica o seu autor. Podem ser tags, tags escritos em letra de imprensa, desenhos ou qualquer outro tipo de elemento. Os Stickers estão muito associado à chamada ‘’street-art’’ ou ‘’pos-graffiti’’


Sub
A abreviatura de subway, o mesmo que metropolitano.


Street-art
Street Art ou Pós graffiti, é um conceito recente e ainda bastante em aberto. Uma intervenção feita na cidade, principalmente à base de stickers, stencils, posters ou até através da colagem de azulejos, a nível de técnicas e suportes abre várias possibilidades. Para alguns será a extensão do seu trabalho enquanto writer de graffiti tradicional, outros há que são oriundos de áreas como o design ou a ilustração e têm pouca ligação ao graffiti tradicional. A fronteira entre o graffiti ‘’tradicional’’ e a street art acaba por ser bastante ténue e quase indecifrável.


Sugas
O mesmo que seguranças, vigilantes.


T

Tags
Tag é o pseudónimo do writer. Os tags são também as próprias assinaturas. Essas assinaturas podem conter várias informações, o tag enquanto pseudónimo do writer, o nome das suas crews, uma data ou qualquer outra informação. É possível escrever tudo recorrendo aos tags.


Throw-up
Throw-up poderá ser um graffiti inspirado no estilo bubble, preenchido ou não. Quando preenchido, normalmente não utiliza mais do que duas ou três cores. Outra definição de throw-up aponta para qualquer tipo de graffiti que viva só dos contornos e não esteja preenchido.


Top-to-botton
Graffiti em composição ferroviária, que ocupa toda a altura de uma carruagem, a partir do momento em que atinja também todo o comprimento da carruagem, mantendo a altura, ganha a designação de wholecar.


Trash-train

Normalmente quando os writers se referem a comboios, utilizam a palavra inglesa train, existe então o conceito de trash-train (comboio-lixo) que se utiliza para comboios fora de circulação, que se destinam a abate ou requalificação. Geralmente estes comboios são bastante fáceis de pintar, ideal para obter boas fotografias de graffiti em comboios, uma vez que o writer tem mais tempo para elaborar o seu graffiti, do que se tratasse de um comboio em condições normais.


Toy
Alguém inexperiente no meio do graffiti, alguém que pinte mal.



Três-d (3D)
Estilo de graffiti que se apresenta numa perspectiva tridimensional. Acaba por ser uma definição bastante generalista, porque muitos estilos de graffiti podem ser apresentados em perspectiva tridimensional.



V

Vandal-Squads
Brigadas de policia especializadas em combater o graffiti, actuam também no campo da investigação, estando preparados para decifrar os graffitis, e até comparar estilos, de forma a identificar writers que se apresentam com mais do que um tag.



W


Writer
Praticante de graffiti, em qualquer uma das suas vertentes.


Wholecar
Carruagem pintada de cima a baixo, de ponta a ponta.


Whole-Train
Comboio (conjunto de carruagens) pintado de cima a baixo, de ponta a ponta.


WildStyle
Estilo de graffiti surgido em Nova Iorque nos anos 70. É um estilo bastante complexo, que vive muito da intersecção de formas e que normalmente tem um elemento característico que são as setas. O resultado final torna-se algo altamente indecifrável para quem esteja fora do graffiti e, por vezes, até para quem está por dentro.


Y

Yard
Parque de estacionamento, para material ferroviário circulante. Muitos destes parques possuem hoje elaborados sistemas de segurança, vedações, câmaras de videovigilância, vigilantes, cães, sensores, etc. No entanto alguns writers conseguem ultrapassar essas barreiras e pintar as carruagens. Na maioria dos yards, construídos actualmente, a própria arquitectura dificulta a pintura, com torres de controlo em posições estratégicas, estando já implantados sistemas electrónicos de segurança mais avançados, e tendo os comboios estacionados, corredores rectos e mais largos entre si, de forma a aumentar a visibilidade para quem olha para dentro do corredor por uma das pontas.






ARTGRAFFITI

terça-feira, 18 de setembro de 2007

ELEMENTO FUNDAMENTAL: ARTE GRAFITE



Traços coloridos em um corpo de pedra: Arte Grafite

Hip Hop - com maiúsculas sempre - é o conjunto de quatro formas artísticas distintas chamadas de elementos. Daí a sua complexidade, uma cultura híbrida, sempre em movimento, em evolução constante. Estas formas artísticas foram surgindo no ambiente urbano de Nova York, cidade dos Estados Unidos, na passagem dos anos 60 para os anos 70. O termo foi criado pelo então DJ Afrika Bambaataa, fundador da organização Zulu Nation, referindo-se ao movimento dos quadris.


Arte Grafite, Grafiti, Graffiti, Aerosol Art – .Expressão artística estética que utiliza como meio a lata de spray e se desenvolve no ambiente urbano. A Arte Grafite reflete a rua. Seu dinamismo, sua duração suas cores. É válido ressaltar que a Arte Grafite Hip Hop difere de Arte Mural, de Aerografia em muros e dos Afrescos. Os temas são outros, as técnicas também. Coube aos brasileiros, uma inovação: a introdução da tinta látex na feitura do Grafite Hip Hop. Americanos e europeus nunca imaginaram utilizar esta tinta em seus trabalhos.


Dividiria a Arte Grafite em dois grupos: O “Grafite Hip Hop” e o “Grafite Acadêmico”. No primeiro, os elementos presentes são as letras e as personagens caricatas presentes em um cenário com influências fortes dos quatro elementos da Cultura Hip Hop. Na segunda estão as “máscaras”, sendo, geralmente, praticadas por pessoas que não possuem vínculos com a Cultura Hip Hop e sim das escolas de Arte e autodidatas e boêmios.


Grafiteiro, escritor, writer – Pessoa que manipula a lata de spray na realização dos Grafites.
Tag, assinatura e/ou Pixação – Tanto pode ser a assinatura do autor de um Grafite, como a assinatura solta pelos muros. Também se refere ao ato de “pixar” (com x). Pixar é expressar e popularizar uma nome, um pseudônimo, uma marca. Geralmente ocorre na fase Bomb – É a evolução seguinte à do Tag. As letras são preenchidas e possuem 2 cores.


Gostaria de deixar claro que “Grafite” pode ser visto de uma forma bem mais abrangente que a atual. Ela existe desde a Pré-História, passando por Pompéia, pela revolução mexicana na década de 30, pela 2ª Guerra Mundial, formando o Hip Hop no final dos anos 60. Historicamente o assunto é muito maior do que pensamos.


Entretanto, neste texto continuarei comentando especificamente o ambiente e características do Hip Hop e sua formação. Fechando, desta forma, os “quatro elementos” fundamentais da Cultura Hip Hop.


Taki 183 é visto como o primeiro que ganhou fama com o Grafite (ou ainda era Pixação?) em Nova York/EUA. Vivendo num ambiente onde o Grafite/Pixação já vinha sendo utilizado por gangues para fins de demarcação de território e propaganda, Taki 183 lança seu primeiro Grafite/pixação em um caminhão de sorvete no verão de 1970 inspirado por um outro nome, de “Julio 204”.


Mas antes dele, Cornbread e Cool Earl já faziam história na Filadélfia/EUA, como ficou registrado pela revista Philadelphia Inquirer Magazine, em maio de 1971. Além das gangues, o Grafite/Pixação fazia parte de atividades de protesto, como uma forma de expressão direta e rápida.


Com o crescimento do número de Grafiteiros/Pixadores, o próximo passo era buscar se diferenciar dos demais. Num primeiro momento todos os tags eram parecidos. Começam a surgir, setas, asteriscos, estrelas e símbolos que marcassem um estilo próprio. Era necessário dar uma valor artístico maior às letras. A evolução natural levou as letras a ganharem novos contornos, novas formas e cores. Assim surgiram os estilos Bubble (letras mais cheias e arredondadas), Broadway (letras em blocos), Mechanical (inspiradas em metais) e Wild Style (estilo mais complexo onde as letras se fundem formando uma nova composição estética).
O surgimento dos marcadores (canetas com pontas de 1cm a 5 cm) ajudou que os tags fossem multiplicados com uma velocidade incrível. Sua tinta não saia com facilidade e o tamanho de uma caneta ajudava no uso, podendo guardar no seu bolso sem problemas.
O Metrô foi o maior aliado na divulgação desta nova forma de intervenção urbana. Ao pintarem um vagão em determinado bairro, eles sabiam que este vagão passaria por todas as linhas, em todos os cantos da cidade.


Hugo Martinez, ao criar o grupo chamado United Graffiti Artists estabeleceu um novo padrão à Arte Grafite. Neste projeto eram encontrados os melhores de Manhattan, Bronx e do Brooklyn. A eles eram dadas a oportunidade de trabalhar como um grupo e com metas visando uma melhor educação para os próprios artistas e para demais interessados. Com a UGA, Hugo realizou a primeira Exposição de Arte Grafite na faculdade City College em Nova York. No ano seguinte, a Razor Gallery expôs 20 telas gigantescas feitas por membros da UGA estabelecendo a ponte entre os Grafiteiros e o mercado de arte novaiorquino.


Gostaria de registar alguns do “primeiros” mestres da Arte Grafite: Super Kool 223, Stay High 149, Topcat 126, Barbara, Eva 62, Lee 163d, Phase II, Tracy 168, Julio 204, Taki 183, Lady Pink formandoa primeira leva do Grafite norte-americano.


Como dito anteriormente, as linhas do Metro eram os pontos mais cobiçados pelos Grafiteiros/Bombers/Pixadores. Após 15 anos de combate, as administrações da cidade de Nova York conseguiram extinguir com as intervenções no dia 12 de maio de 1989. Foram 150 milhões de dólares gastos em limpeza e segurança somando mais de 80 mil horas de trabalhos limpando vagões. Se por acaso aparece um Grafite hoje em um vagão, este é imediatamente removido e limpo. O fim dos Grafites nos metrôs afetou e muitos os jovens que estavam na ativa e viam os túneis e vagões como seu meio de comunicação com o mundo externo.


Foi Superkool 223 que descobriu que ao usar bicos de perfumes, venenos e outros produtos o traço poderia variar se tornando mais espesso ou mais fino. Nos dias de hoje, os Fat Caps (grossos) e os Thin Caps (finos) são vendidos por revistas especializadas em Grafite.
Os trens são outro suporte onde o Grafite é bastante executado. A comunicação neste caso, deixa de ser apenas “dentro da cidade”, passando a ser “entre cidades”. Os pátios são invadidos e lá os Grafites são feitos.


Primeiro os Tags (Pixo/Assinatura), depois os Throw-ups (vômitos, letra contornada com cor de preenchimento), em seguida vieram os Pieces (trabalhos mais elaborados tanto nas linhas como nas cores). Assim foi a evolução das linhas do Grafite. Depois surgiram as Produções (trabalhos complexos com um contexto único amarrando todo o Grafite).
No início dos anos 80 uma segunda geração surge entrando em galerias de arte de renome e fazendo turnês pela Europa. Dondi, Futura 2000, Ladi Pink, Blade, Fab 5 Freddy e Lee Quiñones levaram a Arte Grafite para a Mídia. O cinema foi um grande impulsionador nesta época. Os filmes Beat Street e Wild Style bem ou mal divulgaram a Cultura Hip Hop por todo o mundo. Também os livros Subway Art e Spray Can Art serviram como guia para os interessados de outros continentes.


A Europa, hoje, é rica em Grafitieros de renome mundial como Daim, Loomit e Mode 2, só para citar alguns. E não só a Europa, mas em todos os continentes a Arte Grafite está presente e evoluindo sempre. Cada país coloca uma pitada de sua cultura enriquecendo o Grafite e os demais elementos da Cultura Hip Hop.
A Internet tem papel importante ao estabelecer um diálogo, uma conversa forte entre todos os jovens do mundo que queiram falar, ver, estudar e discutir sobre a Arte Grafite e a Cultura Hip Hop.


O “crime”, a arte, a atitude: palavras abstratasO que poderia ser a arte Grafite? Seria a utilização daquele pequeno torrão composto do material de mesmo nome sobre o retangular papel canson? Seria, ainda, a técnica de desenho a qual utilizamos lapiseiras 0.5 ou 0.7? Será?! Vou dar uma dica então: Seu suporte (região a ser preenchida) é, na maioria das vezes, de tamanho superior ao do próprio autor. Adivinhou?!!?
Pois bem, estou aqui para tentar explicar a você. Grafite é arte da rua e para a rua. Seu mundo, seu reino são os centros urbanos; seu suporte, os muros e as paredes. O Grafite, a que me refiro, tem como forças motrizes a cor e a forma. Cor que lhe dá vida, luz e movimento; forma, mágica e refinada, com o dom de absorver seus sentidos visuais, levando-nos a refletir sobre seu significado (quando há alguma significação).


Posso afirmar que Grafite é estética. A estética do (in) compreensível, do complexo, do (in) inteligível, do impacto. Jatos de tinta vão perdidos no espaço até alcançar seu destino: a superfície: porosa, lisa, irregular, macia. Não importa. Importa sim, o resultado final obtido. O que parecia manchas coloridas, transforma-se em um só elemento: atraente, portentoso, único. O Grafite.


Passar...Olhar...Estranhar...e não ver mais. Nos dias seguintes, o fluxograma se repete. Só que o fascínio, crescente dia após dia, começa a realçar o seu olhar, e com o passar do tempo (caso dê tempo) você começará a perceber o que aquele enigmático emaranhado de traços e formas pode significar.


Falo do tempo, pois o Grafite é frágil. Do mesmo modo que aparece, pode desaparecer. Vem e vai. O meio urbano, onde vive, assim rege. No momento em que se começa a desvendar seus enigmas...ele pode sumir, apagar. Ou melhor, ser apagado. Ora por uma neutra e atraente camada de tinta branca, ora, por outro Grafite. E assim se inicia mais um ciclo de metamorfoses, na tentativa de “ler” outro mágico conjunto de formas e cores denominado Grafite.
Este constante risco de não mais encontrar aquele desejado Grafite é a peça fundamental na constituição de seu caráter. Sua constante mutabilidade interage com a mutação dos grandes centros urbanos. Assim, com o crescer das cidades, os Grafites se espalham mais e mais a cada dia.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

HipHop em Guará

HIP HOP

Com a iniciativa de Luis Claudio Oliveira, ele mostrou que é possivel realizar eventos culturais do Hip Hop aqui na cidade;e evento de alto nivel.

Com participação de um grande numero de pessoas, que vieram de outras cidades até de outros estados.
Aqui vai algumas fotos do evento que acontece no Viv-ART em comemoração ao dia da Mulher...



Pessoas que participaram do Evento ( os grafiteiros, Bboys,MC's e Dj...) que quiserem dar os nomes para ser colocados aqui no site, é só deixarem como comentarios e as pessoas que foram prestigiar tambem..
Enfim nossos agradecimentos!

Graffiti/ Grafiteiros




























-> Grafiteiro: OSW crew: CMC








Grafiteiro:FATOS <-
crew: CMC .. D.One2

























B.boys

















Por:Karina Gomes

Nina_Impacto Visual

C'est la VIE!

Para começar...Prazer sou Karina!

Um diario? um desabafo.. não sei mas aqui pretendo escrever passagens da minha vida, coisa que acontecem no meu dia-a-dia....videos,fotos, desenhos, para que as boas e tambem as más recordaçoes fiquem registradas e quem sabe um dia eu irei ler e ver o quanto eu aprendi com tudo que ja passou...



'Tropeços, equívocos, decepções.
Como eu queria ser perfeita(o) e pular esta parte chata ser
ser humana(o), mas estou longe, muito longe disso...
Nosso passado, nossas atitudes e decisões, dizem muito sobre nós,
mas não tudo. Caímos, erramos, sofremos.. mas acima de tudo aprendemos e mudamos com cada lição que a vida nos propõe.
A única verdade que tenho para oferecer está aqui diante de você.
Sou eu. Vivida(o), renovada(o). Sou eu. Louca(o) pra esquecer meus deslizes, ansiosa(o) pra fazer a coisa certa..
Entenda que o que importa é quem
EU SOU AGORA!!'

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"você pode sim mudar de sonho e não se sentir frustrado com isso,
desde que seja verdadeiro consigo mesmo.
você não precisa usar o mesmo perfume a vida toda.
você tem direito a doces momentos de alienação,
mas se posicionar na vida e assumir uma postura
crítica e honesta é fundamental."